05/07/2022 |    57 views |    275 views  

Eu sou Juliano Dutra Aniceto e esse é um vídeo da academia Sinos de Ópera, projeto Funarte em parceria com Universidade Federal do Rio de Janeiro. Nesse vídeo vamos falar um pouquinho sobre a ópera na busca da identidade nacional e as ideias de Fim de Século.

Para abordar esse tema é fundamental criar uma ideia do termo nacionalismo. O conceito, a ideia nacionalista surge segundo historiadores e sociólogos, no final do século 18 e início do século 19 influenciado pela Revolução Francesa. Quem é francês por exemplo? A primeira a Primeira ideia que pode passar pela nossa cabeça pode ser a resposta hora quem nasce na França. Não é tão simples assim. O conceito de nação pode passar por diferentes elementos, além exatamente ao lugar de nascimento. língua religião cultura e hábitos entre tantos outros fatores tomam parte na definição do senso de pertença a uma nação. a maneira como o conceito de nacionalismo vai ser abordada varia drasticamente de nação para nação, mas neste vídeo Vamos focar especificamente em movimentos dos quais a obra fez parte, como instrumento de simbolizar ou promover ideias Nacionalistas. A ópera sempre teve uma conexão próxima com a sociedade em que foi escrita ou encenada. Ainda é assim nos dias de hoje, apesar da impressão que nós temos de que a obra se refere exclusivamente a acontecimentos passados ou representações de outras épocas.

Os ideais nacionalistas constituíram parte importante da obra de diversos compositores especialmente no século 19. Estes ideais visavam construir, representar o censo de nação e alguns compositores estavam especialmente engajados nisso. Richard Wagner Talvez seja o mais expoente e cite suas obras são intimamente ligadas a literatura germânicas especialmente schopenhauer e foram usados como símbolo do nacionalismo da grandiosidade alemã sobretudo na primeira metade do século 20. Wagner, que escreveu o libreto e a música de suas obras e pegou entregou o conceito de artes Total, com o objetivo de criar uma forma de expressão artística que pudesse englobar arte em sua totalidade música e drama não subsequentes uma outra mais direcionadas ao serviço de um ideal comum a busca pelo espetáculo e integração de seus elementos para esta finalidade.

Wagner não estava sozinho, outros compositores foram buscar em suas respectivas origens os materiais necessários para construção de suas rotas e refletir sobre as conjunturas políticas e sociais de seus tempos. Verdi, compositor italiano, oferece um toque nacionalista algumas de suas obras. Em Nabuco no coro dos hebreus encontramos a letra “ô minha pátria, tão bela e perdida”. Verde era um apoiador da unificação Italiana. Interessante notar que muitas de suas obras foram reinterpretadas como símbolos de ideais de unificação da Itália, o que inicialmente Não parece ter sido a intenção de Verdi. Contudo a ligação de Verdi com os movimentos políticos é notória, ele chegou a possuir cargos políticos em sua vida, embora nunca tenha desempenhado a função diretamente. Sua influência se dava através de suas obras e da conexão de sua música com os movimentos da sociedade e da política italiana.

Na Rússia, Rimsky-Korsakov construía suas obras baseadas em contos e folclore Russo, utilizando melodias e modos tradicionais da música folclórica de seu país. Korsakov fazia parte do chamado grupo dos cinco ou nova escola russa, grupo de cinco compositores de sucesso que tinham em comum a ideia de criar obras que dialogassem, que trouxessem elementos da cultura e da história russa. Estes cinco compositores eram  Mily Balakirev, César Cui, Alexander Borodin, Modest Mussorgsky e Nicolai Rimsky-Korsakov. Vale ressaltar a importante contribuição de Rimsky-Korsakov para a música, em sua ideia de buscar as raízes do folclore Russo, ele faz uso de modos, textos significativos de suas obras por exemplo, não são escritos no sistema tonal, ele se utiliza de técnicas que vão influenciar diretamente modernismo francês anos mais tarde. Como orquestrador e professor suas contribuições são muito importantes,  Korsakov teve como alunos Igor stravinsky Sergei prokofiev,  entre outros grandes compositores.

Já no Brasil, temos nosso querido Carlos Gomes, compositor que ajudou a criar um senso de nação através da ópera. Carlos Gomes foi enviado pelo Imperador Dom Pedro II para estudar no Conservatório de Milão, que era o centro operístico do mundo. Naquela época, lá, ele escreveu “O Guarani", ópera famosa no Brasil pela sua abertura. Esta ópera retrata um Brasil romantizado de alguma maneira idealizada e traz o nacionalismo associado ao conceito de indianismo. Carlos Gomes apresenta o Brasil para o mercado europeu de ópera, sendo o primeiro compositor de ópera das américas a obter reconhecimento e grande sucesso nesse sentido. E falando de Brasil, um dos grandes ícones nacionalistas brasileiro na música é Heitor Villa-lobos, porém ele já inserido no século 20.

No fim de século, esse movimento que é focado especificamente alí na última década do século 19 adentrando no século 20 traz muitos elementos e muita riqueza para a Ópera.  Entre esses movimentos vamos encontrar o verismo ou realismo é um movimento geralmente associado a ópera italiana e tem como precursor a ópera Cavalleria rusticana de Pietro Mascagni. O verismo começa na última década do século 19 adentrando pelo século 20 trazendo ao invés de representações mitológicas, histórias da realeza obra,s de cunho teológico, o verismo ele vai focar na vida das pessoas comuns, membros do Povo de até pessoas pobres por exemplo, ou situações vividas no cotidiano para representar trazendo essas situações para o palco para representação da políticas.

Obras como Thaís, Manon de Jules Massenet e outras tantas obras importantes, vão influenciar diretamente os movimentos operísticos que estão surgindo nos primeiros anos do século 20. Interessante notar que a ópera e a música de câmera, sempre foram a linha de frente para inovações em música. A ampliação do tamanho da orquestra Sinfônica em música instrumental, por exemplo, tem origem na ópera. Muitos traços vocais que podem ser observados nas melodias instrumentais de Mozart são claramente referentes a voz,  ampliação harmônica proposta por Wagner em seu acorde de Tristão, tem origem obviamente operística. O romantismo em ópera, movimento tão forte e tão rico que ele se estende incluindo esse final do século 19 e início do século 2, com força total. A aproximação do teatro falado e da Ópera no século 20 nos seus primeiros anos vai criar uma riqueza de cores, esses movimentos têm origem exatamente na segunda metade do século 19 e nos movimentos de fim de século.

Espero que vocês tenham gostado eu queria desejar a vocês uma excelente pesquisa sobre esse mundo rico e fascinante da Ópera até o próximo vídeo